O PANORAMA DOS RESIDENTES
História (do grego antigo ἱστορία, transl.: historía, que significa "pesquisa", "conhecimento advindo da investigação") é a ciência que estuda o ser humano e sua ação no tempo e no espaço concomitantemente à análise de processos e eventos ocorridos no passado. Essa é a definição da palavra, no entanto, podemos considerar que a melhor história é a contada por quem vive uma construção e evolução de um lugar ou fato. A melhor narrativa é a de raiz, das pessoas que tem relação direta com a região, e imortaliza os fatos, passando seus conhecimentos de geração a geração.
Conversei com muitas pessoas e algumas com lembranças muito vivas de todo progresso de Benfica, como Aluízio Borges, de 69 anos, morador há 56 anos, relatou a chegada de sua família, no ano de 1961, o território era pouco habitado a primeira residência da família foi na comunidade do Parque Arará, o local era cortado por um valão com barracos de madeira, sem banheiro, chuveiro e muito menos saneamento básico. Com o esforço da família de nove filhos, fizeram algumas melhorias no lar.
A partir do ano de 1964, inicia a migração de muitos nordestinos que vinham em ônibus, chegando uma vez por semana, a localidade então vai se desenvolvendo e surgem as primeiras casas de alvenaria, quando chovia o valão enchia e trazia muita sujeira pra dentro das casas, mesmo assim as crianças faziam a festa mergulhando no valão, Aluízio lembra com muita alegria e nostalgia essa fase de sua infância. Por volta de 1973, a prefeitura começou a trazer melhorias e a vida passa a ser diferente, a linha do trem passou por uma obra e passa a ser suspensa e alguns anos à frente canalizaram o valão que causava muitos transtornos aos moradores.
Zélia Borges, mãe de Aluízio, era uma vizinha muito querida, sempre disposta a ajudar os amigos que mais precisavam, tirando às vezes de sua casa alimento para acudir os mais carentes. Após seu falecimento, foi homenageada pelos vizinhos, e a praça próxima de sua primeira casa recebeu seu nome, através de um consenso dos moradores.
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Sebastiana de Araújo, 78 anos, e moradora de Benfica desde os 15 anos.
"Onde hoje é o quintal da minha casa que passou por muitas mudanças, passava a linha do trem que trazia minério, meu marido João, hoje com 94 anos está aqui há 66 anos, era proprietário da única carvoaria de Benfica".
Um personagem ilustre da área chama-se Sandino de Carvalho, hoje aos 89 anos, nasceu em Benfica, Policial Militar aposentado, sempre foi respeitado pelos amigos, frequentava assiduamente um dos bares da região, o grupo que se reunia com ele, no local com a mesma frequência, decidiu solicitar a prefeitura, sendo acatado, que a rua deste estabelecimento ganhasse o nome do companheiro tão benquisto.
Gisele Carvalho, filha de Sandino, mencionou que sua mãe contava que a maioria das residências foram doações de Darci Vargas, esposa do então Presidente da República Getúlio Vargas, nos anos de 1950, intitulando de Lar Proletário, muitos contribuintes ainda recebem seus talões de pagamento da taxa de IPTU com esse título, apesar de não se ter registros legais dessa informação.A maior parte dos moradores são muito antigos, moram gerações de bisavós até seus bisnetos, geralmente na mesma casa e com isso, faz com que a convivência com a vizinhança seja alegre, constante e muito familiar. É comum aos fins de semana que algumas ruas sejam fechadas para comemoração de aniversários, chás de bebê, festas juninas, dia das crianças entre outras festividades.
O bairro já teve em situações piores em relação à conservação, hoje conta com uma praça reformada onde tem uma ATI - Academia da Terceira Idade, duas quadras esportivas e um comércio que anima as noites e faz com que o entorno fique agitado. Está passando por uma grande obra dentro do Parque Arará, o favela bairro (antigo morar carioca), que esta revitalizando a comunidade e principalmente tratando dos problemas de saneamento básico.
Saúde em primeiro lugar
Para cuidar de seu bem-estar o morador de Benfica, somente tinha atendimento preventivo no Posto de Saúde Zeferino Tibau Júnior, em São Cristóvão, até que em Setembro de 2016, o bairro foi contemplado com a chegada da Clínica da Família, deixando os habitantes muito felizes, pois poderiam ter tratamento completo próximo de suas residências além de ter gerado muitos empregos, já que as vagas foram destinadas somente aos residentes. A região era muito carente de assistência à saúde.
